Comparação é feita com diagnósticos realizados pelo exame do toque; novembro é marcado por incentivo ao cuidado com a saúde do homem
Créditos: Envato
O método mais amplamente conhecido para a detecção do câncer de próstata é o exame de toque. Ele é empregado por profissionais de saúde para avaliar a glândula prostática em busca de inchaços ou caroços que sejam incomuns no reto e possam indicar câncer. No entanto, um estudo realizado pelo Centro Alemão de Pesquisa do Câncer sugere que outros métodos devem ser incorporados à rotina médica para identificar a doença em suas fases iniciais. De acordo com a pesquisa, o teste PSA, que verifica o nível de antígeno específico da próstata, detectou quatro vezes mais casos de câncer de próstata em homens de 45 anos na comparação com o exame do toque. O PSA é realizado por meio de uma amostra de sangue, que é coletada do paciente em laboratório.
O ensaio foi feito com 46.495 homens, com idade de 45 anos, inscritos entre 2014 e 2019. Metade dos participantes realizou o teste PSA já aos 45 anos de idade, enquanto a outra metade fez o exame do toque aos 45 anos e realizou o PSA até, no máximo, 50 anos. Os resultados demonstraram que o teste de PSA aos 45 anos detectou quatro vezes mais casos de câncer de próstata. A pesquisa foi conduzida por quatro universidades da Alemanha - Universidade Técnica de Munique, Universidade de Hanôver, Universidade de Heidelberg e Universidade de Düsseldorf. O estudo foi apresentado durante o Congresso Anual da Associação Europeia de Urologia, em Milão, no primeiro semestre deste ano.
“O PSA é, atualmente, a principal recomendação para o rastreio do câncer de próstata. Trata-se de um exame simples, realizado apenas com a coleta de sangue, e proporciona ao médico informações relevantes para o cuidado do paciente. É fundamental que os homens compreendam a importância de solicitar o exame e contar com acompanhamento do urologista”, observa o urologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Gino Pigatto Filho.
Quando fazer exames de próstata
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais causa mortes entre o público masculino no país. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar média de 71,7 mil novos casos por ano, entre 2023 e 2025.
Nesse contexto, o ideal é que os homens estejam atentos à própria saúde e realizem acompanhamento frequente. De acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), homens a partir dos 50 anos devem realizar exames anuais com um urologista. Por outro lado, homens pretos ou com parentes de primeiro grau com histórico de câncer de próstata devem iniciar a rotina de acompanhamento aos 45 anos. “A nossa recomendação é o acompanhamento com urologista. A combinação do exame PSA com o exame de toque reduz a probabilidade de falha no diagnóstico precoce para cerca de 5%”, orienta o urologista dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Bruno Pimpão.
O médico também ressalta os avanços tecnológicos para rastreamento e identificação de tumores. “A ressonância magnética está ganhando cada vez mais espaço não só no rastreamento, mas principalmente como guia para biópsias prostáticas, que é o exame confirmatório. Após a confirmação, a cintilografia óssea, tomografia e até mesmo o PET-CT podem ser úteis para tomada de decisões e também no estadiamento da doença”, complementa.
A orientação médica com urologista deve ser buscada de forma antecipada em casos de dor ou ardência ao urinar, aumento frequente da necessidade de fazer xixi, dificuldade de esvaziar a bexiga, presença de sangue na urina ou no sêmen e dificuldades de ereção.
Tratamento câncer de próstata
O mês de novembro é dedicado ao aconselhamento e orientação para que os homens estejam mais atentos à saúde. A campanha Novembro Azul enfatiza a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma vez que quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de cura.
Quando o câncer está localizado, ou seja, limitado à próstata, o procedimento mais comum é a cirurgia para remoção do tumor e/ou radioterapia. Quando a doença avançou dentro da própria região da próstata, pode ser necessária uma combinação da radioterapia com tratamento hormonal. Em casos de metástase, ou seja, quando a doença se espalhou para outros órgãos ou tecidos, a terapia hormonal é a abordagem mais indicada.
Em todo o mundo, são registrados cerca de 1,4 milhão de casos de câncer de próstata atualmente, de acordo com a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa doença é responsável por aproximadamente 375 mil mortes a cada ano.
Cuidados para prevenção
Hábitos saudáveis auxiliam na prevenção do câncer, conforme orientações da Organização Mundial da Saúde. Dentre os principais, destaca-se o controle da obesidade e sobrepeso, a moderação no consumo do álcool, frituras e doces, bem como o controle do tabagismo. A prática de exercícios físicos é apontada pelas entidades de saúde como um dos diferenciais para uma vida saudável. Além disso, é preciso gerir o estresse do cotidiano, uma vez que ele é altamente prejudicial para a saúde do organismo.
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